Estamos Bem - Nina LaCour





Sinopse: Marin deixou tudo para trás. A casa de seu avô, o sol da Califórnia, o corpo de Mabel e o último verão agora são fantasmas que ela não quer revisitar. O retrato de uma história em que já não se reconhece mais. Ninguém nunca soube o motivo de sua partida. Nada se sabe sobre a verdade devastadora que destruiu sua vida.
Agora, ela vive em um alojamento vazio e está sozinha no inverno de Nova York. Marin está à espera da visita de sua melhor amiga e do inevitável confronto com o passado. As palavras que nunca foram ditas finalmente se farão presentes para tirá-la das profundezas de sua solidão.


"Sei que estou sempre sozinha, mesmo quando cercada de pessoas, então deixo o vazio entrar."


Sabe aquele tipo de livro que você aceita ler apenas pela capa? Então. Esse foi um deles.
E se não bastasse isso, foi bem indicado por uma amiga querida. O adiantei na listinha antes do ano acabar e foi uma das melhores escolhas que fiz. (Sim, esse livro foi terminado ano passado e a resenha estava aqui, esperando para sair quentinha =D)

"Eu me pergunto se tem uma corrente secreta que une as pessoas que perderam alguma coisa. Não da forma que todo mundo perde alguma coisa, mas da forma que destrói sua vida, te destrói, e quando você olha para o próprio rosto, não parece mais seu."


Como a sinopse diz, seguimos Marin que acabou deixando sua vida para trás sem avisar ninguém depois de um momento difícil em sua vida, mal esclarecendo os pensamentos dentro de si mesma. Apenas seguindo quando pensou não ter mais nada.
E é com essa premissa que o livro se desenvolve.
Mabel, sua melhor amiga do passado, acaba conseguindo convencer Marin em recebê-la finalmente e ficar alguns dias antes do Natal, já que Marin estará sozinha no alojamento da faculdade.

"Estou querendo dizer que tem falhas demais. Não tem esperança suficiente. Tudo é desespero. Tudo é sofrimento. O que quero dizer é que você não deveria ser uma pessoa que procura a dor. A vida já tem o suficiente disso."

Porém, é necessário dizer que o livro é um tanto confuso no começo. Apesar dessa ideia toda, de saber que muita coisa foi deixada para trás e muito não foi dito, é necessário ter paciência com os capítulos e deixar que a história se desenvolva e cresça com calma, mesmo que fiquemos um tanto no escuro conforme as páginas vão passando.

"...às vezes, duas pessoas têm uma ligação tão profunda que faz um romance parecer uma coisa trivial. não é uma questão carnal. É de almas. A parte mais profunda de quem você é como pessoa."

O bom é que os capítulos conseguem se intercalar entre o agora e o passado, o que facilita com a história que vai sendo moldada, até entendermos tudo. (Na verdade, acaba sendo a melhor maneira de entendermos tudo o que se passa na mente de Marin)
O que deixa evidente que só iremos entender mais as coisas conforme a própria Marin se permite pensar, sentir e analisar.

"Foi um verão de tentar não pensar demais. Um verão de fingir que o fim não estava chegando. Um verão em que me perdi no tempo, em que raramente sabia que dia era ou me importava com a hora. Um verão não ensolarado e quente que me fez acreditar que o calor duraria, que sempre haveria mais dias."

A história se torna bem sensível aos poucos, com vários significados que vão sendo mostrados e nos deixando tão angustiados quanto a própria personagem principal parece estar.
O enredo todo se desenvolve em 3 curtos dias, mas dá para sentir na pele os desejos e receios de Marin.

"O problema da negação é que, quando a verdade chega, você não está pronta."

Posso dizer que gostaria que algumas coisas tivessem sido melhor trabalhadas tanto com Marin, seu avô e Mabel. A história é ótima, os motivos que nos levam ao grande final são bons também, porém acho que a autora poderia ter se aprofundado para dar um pouco mais de significado as atitudes de alguns dos personagens.


"Se quem éramos no passado tivesse um vislumbre de nós agora, o que achariam?"

O livro nos faz aprender que uma pequena mudança ou escolha pode afetar a vida de vários, mesmo que essa não fosse a intenção.
O enredo nos dá algumas explicações, mas teria me atingido muito mais se tivesse sido mais...profundo.


"Quantas vezes você tem a oportunidade de fazer uma coisa de novo e certo? Só podemos causar uma primeira impressão, a não ser que a pessoa que você conheceu tenha um tipo raro de generosidade. Não do tipo que dá o benefício da duvida, não do tipo que diz "Quando eu a conhecer melhor, acho que vou ver que ela é legal". Do tipo que diz "Não. Inaceitável. Você pode se sair melhor. Vamos ver".

É o tipo de livro que te faz sentir, te chateia, te faz começar a amar as pequenas coisas e o que você tem no agora. Que te faz olhar para trás e amar o passado, mesmo com seus erros, falhas e escolhas que poderiam ser diferentes.
Mas, também é um livro que te faz terminar com um vazio mesmo que tudo pareça começar a mudar. Talvez para melhor ou não...

"TENHO MEDO DE ELE NUNCA ter me amado."


É exatamente o tipo de livro que amo, que me dá aquele momento pensativo de reflexão pessoal. Mas ainda gostaria que alguns passados tivessem sido melhor explorados.

"Eu estava bem um momento atrás. Vou aprender a ficar bem outra vez."


No todo, Estamos Bem vale muito a pena, especialmente sendo uma leitura de fim de ano onde amamos nos tornar nostálgicos e agradecer por algumas coisas. Recomendo facilmente.



"A areia e o sol.
Seu cabelo me protegendo como uma cortina.
Seu sorriso quando olhava para mim, transbordando amor.
É tudo o que eu me lembro e é tudo."

Comentários

  1. Eu estou completamente louca para ler esse livro, sério! Porém, agora estou meio receosa, pois se tem uma coisa que eu não tenho é paciência com looping temporal... Quer dizer, eu até aguento livros que comecem lentos e depois deem aquela acelerada que nos faz perder o fôlego, mas realmente não sou fã de ficar indo e voltando na história.
    Enfim, antes de julgar ou falar algo, preciso ler, certo? E assim como você disse, esse livro merece uma chance só pela capa que é divina hahah.

    xoxo
    www.foradocontexto.com.br

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    Respostas
    1. Olá Thaís!
      Obrigada pelo comentário.
      É, o livro irá exigir certa paciência de você porque ele volta no tempo e, muitas vezes, sequer cita que voltou. É algo como feeling mesmo na história. Mas não chega a ser confuso. Apenas irá exigir um pouco porque as coisas são contadas bem aos poucos.
      O que deixou o livro em um ritmo confuso.
      Porém, dá aquela chance e tentar ler, sim =D Vale uma chance! E QUE CAPA, GENTE <3 uhahua

      Beijos, Mila!

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