A Garota no Trem (2017)




Sinopse: Rachel (Emily Blunt), uma alcoólatra desempregada e deprimida, sofre pelo seu divórcio recente. Todas as manhãs ela viaja de trem de Ashbury a Londres, fantasiando sobre a vida de um jovem casal que vigia pela janela. Certo dia ela testemunha uma cena chocante e mais tarde descobre que a mulher está desaparecida. Inquieta, Rachel recorre a polícia e se vê completamente envolvida no mistério.

Sabemos que estamos postando com um pouco de atraso, mas vale como cinema ainda =D

Depois da nossa RESENHA sobre o livro que deu origem ao filme, confesso que eu estava bem ansiosa para poder conferir o que haviam feito de uma leitura que me agradou até que bastante. E o engraçado é que o roteiro é bem fiel ao filme, mas sinto que algo falhou na maneira como deixaram as cenas acontecerem.
Portanto, vamos dialogar sobre isso tudo!

O filme foi lançado com todo aquele marketing que o comparava muito ao filme Garota Exemplar e, apesar de serem de autoras diferentes, temos que reconhecer que os dois livros(e filmes) são cheios de mistérios, de visões alternativas de uma mesma trama e possuem tudo para ser um excelente thriller. Sem contar as personagens femininas fortes. O que não quer dizer que são boazinhas, meus caros.





No caso de A Garota no Trem, temos uma personagem principal que é bem difícil de criar amor ou até empatia, pelo menos para mim. Rachel Watson, interpretada por Emily Blunt, é uma alcoólatra que passa seus dias de trabalho observando a vida de um casal pela janela do trem que a leva todo dia para o trabalho. Já que sua vida amorosa foi um total fracasso, Rachel se permite imaginar todo tipo de realidade feliz e apaixonante para o casal, que acaba deixando de ser apenas um casal desconhecido em sua mente. Enquanto sua vida está totalmente fora dos eixos, onde nada a satisfaz e ela vive se sabotando, Rachel cria toda uma história imaginária para o casal feliz que ela sempre avista.

E é em um desses dias em que Rachel está analisando a vida alheia, que ela nota que a querida esposa perfeita está traindo o seu querido marido perfeito. Isso a deixa totalmente fora de si, a fazendo descer na estação do casal, totalmente bêbada, como se fosse tirar satisfações de algo que a tivesse atingido diretamente. E é a partir dessa noite, onde ela não se lembra de nada depois de acordar em casa, que as coisas começam a complicar.






A trama toda do filme acaba sendo divida entre presente e passado. E, como se isso não bastasse para prender nossa atenção, temos o ponto de vista de mais duas mulheres. Temos Anna (Rebecca Ferguson), que é a atual esposa de do ex-marido de Rachel,Tom (Justin Theroux). E temos Megan (Haley Bennett), a esposa não-tão perfeita que é sempre vista da janela do trem e que acaba desaparecendo depois da noite em que Rachel foi até aquela estação e não se lembra de nada além de pequenos flashs de memória que vão sendo apresentados para nós aos poucos.
E é com todo esse vai e vem entre pessoas e tempo na narrativa, que vamos tentando juntar as peças sobre a ligação entre as três mulheres e o que realmente aconteceu na noite em que Rachel surtou e Megan sumiu.

O interessante do filme é que toda a personalidade de todos os personagens, incluindo Tom e o atual marido de Megan, Scott (Luke Evans), são bem construídas, todas no seu devido tempo. Ainda mais quando vemos tudo pelos olhos de Rachel, que leva o desaparecimento de Megan como algo pessoal e algo que ela tem que desvendar, ainda mais por sentir que pode ter uma parcela de culpa em tudo aquilo, já que não se lembra de absolutamente nada.
E o bom de personalidades bem desenvolvidas é que podemos amar e odiar com uma facilidade incrível. Mas, o filme nos mostra que nem tudo o que vemos de primeira é a atual realidade. Que aquela esposa querida que sorri o tempo todo, pode ter muitas histórias, medos e receios.
Sem contar que ainda temos o terapeuta de Megan, Dr. Kamal Abdic (Edgar Ramirez), que acaba tendo um grande peso na história, seguido da detetive Riley (Allison Janney), que sabe que todos podem ser suspeitos.





Como sempre, quero evitar spoilers e não contar tanto sobre a drama, como os dias vão passando e nos dando respostas até chegar em um ponto onde tudo o que achamos que sabemos... não são realmente todas as respostas que precisamos. E amo isso. Assim como no livro, o roteiro do filme, criado por Erin Cressida Wilson junto da autora do livro Paula Hawkins e guiado pelo diretor Tate Taylor, soube trazer isso de uma maneira boa, sim. Porém, em algumas vezes eu sentia que era confuso demais, me dando aquela sensação de cansaço, tédio, e raiva. Rachel não é uma personagem fácil de se seguir e acho que notar isso ao ler é mais fácil do que ver em uma tela.

O filme todo tem atuações incríveis de todo o elenco, mesmo. É fácil odiar, sentir dor e ficar confuso ao notar que as pessoas não são tão transparentes quanto parecem ser. Rachel acaba nos fazendo entender muito tudo o que ela faz, por mais absurdo que seja. E isso ajuda a nos manter mais presos ao filme, apesar dos momentos que vão muito entre altos e baixos, nos distraindo um pouco durante a trama.





Acho que filmes com tanto suspense envolvido, onde tudo pode ter acontecido...merecem um bom final. E, diferente da sensação que tive ao ler o livro (tirando aquele momento em que a autora entrega muito de cara o que aconteceu), o final do filme me deixou um tanto quanto...decepcionada. Talvez seja minha mente mostrando que eu já sabia o que aconteceria e nem as interpretações foram suficientes para me surpreender. Ou foi apenas o jeito como tudo aconteceu, saindo de um ponto interessante da trama e culminando em um final que pareceu fácil demais, clichê demais. Não nego que o final tem sua adrenalina, sua dose de verdade e até nos deixa surpresos, mas peca com os muitos clichês e reações que te fazem pensar no quanto as pessoas não são espertas em algumas situações XD

Se é um filme bom? Sem dúvida.
Recomendo porque vale o tempo e tem um roteiro muito bem construído. Mas, acho que as expectativas podem ser mantidas no controle ao ver o filme, coisa que eu não fiz e me arrependo. No todo, o filme é muito bem feito, o elenco é ótimo e é uma história que vale a pena ser contada, com um suspense dramático que te envolve o suficiente =D


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